TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
( Fertilização in vitro em 3 etapas)
Etapa 1: Estimulação dos ovários , fertilização e vitrificação dos oócitos ou embriões
Etapa 2: Tratamento da adenomiose
Etapa 3: transferência dos embriões
Quando a infertilidade não é passível de ser controlada pelos tratamentos anteriormente referidos é necessário recorrer às técnicas de reprodução assistida. Estudos apontam que os resultados destas técnicas são influenciados pela adenomiose. O uso de agonistas da GnRH prévio à transferência dos embriões melhora o resultado pela maior taxa de implantação embrionária. Foi registada uma menor taxa de implantação nas doentes com adenomiose e taxa de abortamento superior. A recomendação atual é que o tratamento da adenomiose seja feito por um período de pelo menos 3 meses antes da transferência dos embriões. É importante salientar que a adenomiose é uma doença mais prevalente no período reprodutivo tardio e é sabido que a idade materna tem um efeito negativo sobre a taxa de gestação na fertilização in vitro (FIV), podendo também justificar os piores resultados verificados.
Com base nas informações apresentadas, a FIV pode ser uma opção nas doentes inférteis com adenomiose que pretendem engravidar. Para melhorar a eficácia destas técnicas a utilização de agonistas da GnRH deve ser preferida.
CONCLUSÃO
A adenomiose é uma doença frequentemente assintomática, porém pode manifestar-se como hemorragia uterina anormal e dismenorreia (cólica), com um grande impacto na qualidade de vida. Até recentemente, todo o conhecimento sobre a origem e o mecanismo da doença provinha de mulheres mais velhas que eram submetidas a histerectomia por hemorragia uterina anormal ou cólicas importantes que justificavam este procedimento. Atualmente, é diagnosticada cada vez mais precocemente e o conhecimento sobre esta patologia tem crescido exponencialmente e cada vez mais tem sido associada com a infertilidade, uma problemática crescente e com grande impacto. A adenomiose parece alterar uma série de fatores que podem conduzir à infertilidade, contudo não se sabe ainda qual o processo inicial que conduz a esta cascata de alterações. Não está explicado o porquê de algumas mulheres terem a sua fertilidade afetada enquanto noutras esta está preservada.
O tratamento da infertilidade associada à doença constitui um desafio, não existindo ainda consenso sobre qual a melhor forma de lidar com a doença sintomática, principalmente nas mulheres inférteis e que ainda pretendem engravidar. Aqui, o objetivo não passa apenas por tratar a doença, mas também por manter/estimular a fertilidade. Relativamente às opções cirúrgicas o principal objetivo é retirar a maior quantidade da lesão, de forma segura, assegurando a reconstrução e integridade do útero. Nas mulheres que pretendam engravidar as técnicas de reprodução assistida parecem ser uma opção com resultados satisfatórios.
As informações contidas neste site têm caráter informativo e educacional e, de nenhuma forma devem ser utilizadas para auto-diagnóstico, auto-tratamento e auto-medicação. Quando houver dúvidas, um médico deverá ser consultado.
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