Conheça o Problema
Introdução
A adenomiose é uma doença frequente, mas, infelizmente, pouco diagnosticada. É caracterizada por uma invasão de endométrio (tecido que reveste internamente o útero) na musculatura do útero (miométrio). O endométrio infiltra no miométrio, consequente a uma rotura da Zona Juncional (ZJ). A Zona Juncional (Fig.1) é definida como uma linha regular com uma espessura de 5 mm ou menos que determina o limite entre o miométrio e o endométrio e, por isso é considerada um barreira que separa essas duas camadas. Ainda que benigna e muitas vezes assintomática, a adenomiose é uma doença com um grande impacto na qualidade de vida e responsável por cólicas menstruais intensas, sangramentos vaginais irregulares e algumas vezes abundantes, podendo causar desconforto e inchaço abdominal. É mais comum na faixa etária dos 40-50 anos e associada a antecedentes de cirurgia uterina, à multiparidade e fatores que aumentam os níveis de estrogênio. A ressonância magnética e o ultrassom transvaginal são os melhores exames para o diagnóstico e caracterizam melhor a doença.
A associação entre adenomiose e infertilidade está comprovada em múltiplos estudos, com uma prevalência de 1% a 14% das pacientes inférteis segundo a literatura. Alterações funcionais e estruturais decorrentes da adenomiose parecem estar relacionadas com a falha na implantação embrionária e consequente infertilidade. Portanto, a adenomiose é uma doença com um impacto negativo na fertilidade. Os resultados das técnicas de reprodução assistida são prejudicados, assim como o prognóstico da gravidez. Atualmente, existem opções de tratamento clínico, clínico-cirúrgico e cirúrgico para a adenomiose.
Figura 1
O tratamento nestes casos é muitas vezes complexo e necessita de um bom conhecimento científico do profissional que acompanha a paciente. As técnicas de reprodução assistida são um recurso disponível com a utilização de tratamento medicamentoso prévio para melhorar os resultados. O tratamento cirúrgico pode ser indicado em situações especiais.
As informações contidas neste site têm caráter informativo e educacional e, de nenhuma forma devem ser utilizadas para auto-diagnóstico, auto-tratamento e auto-medicação. Quando houver dúvidas, um médico deverá ser consultado.
Somente ele está habilitado para praticar o ato médico, conforme recomendação do CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA.